04/07/2022
"O alcoolismo pra mim foi muito rápido. Comecei a beber aos 13 anos. No início, me sentia bem, corajoso, me dava bem na paquera. Mas em poucos anos eu já estava no no fundo do poço. Não me alimentava, parei de estudar, usei outras drogas. Eu roubava dinheiro e objetos de dentro de casa. Às vezes desaparecia por dias, deixando a familia desesperada. Não se usava telefone celular naquela época. Hoje que tenho filhos, imagino o desespero que meus pais deviam sentir quando eu sumia. Passei por algumas internações, até finalmente admitir que tinha uma doença e começar a participar das reuniões de AA. Só por hoje, já estou há 22 anos sem beber o primeiro gole. Frequento reuniões de AA de 2 a 4 vezes por semana, porque a doença não tem cura, e também porque passei a gostar de estar entre meus companheiros e companheiras de AA".
06/07/2022
Eu sempre soube que era diferente dos meus amigos em relação ao álcool. Já começava a beber antes deles, consumia bem mais, era compulsivo e sempre o último a parar, quando já estava em "apagão". No outro dia, mesmo se estivesse de ressaca, novamente não conseguia evitar a bebida. Prometia que não ia mais beber, mas não conseguia. Dirigia bêbado, causava confusão, virava outra pessoa. Frequento o AA há algumas 24h. Se eu soubesse como ajuda, ja teria ingressado há muito tempo e teria evitado muito sofrimento.
06/07/2022
Eu sempre bebi, mas antes eu conseguia ficar um mês, dois meses sem beber. Agora sei que a doença é progressiva, porque no final da ativa eu já estava bebendo quase todos os dias depois do trabalho. Nos finais de semana, era o dia inteiro envolvido com desculpas pera beber. Me sinto muito aliviado hoje. E cada reunião de AA é diferente e me ensina demais".
04/07/2022
"Agradeço a Alcoólicos Anônimos por estar me devolvido tudo que o álcool me roubou. Me tornar membro de AA foi a coisa mais importante que eu fiz, porque salvou minha vida, devolveu a esperança pra meus filhos, pra minha esposa. AA não é só pra parar de beber; é pra FICAR sem beber e pra ter um novo modo de vida. Por isso eu vou continuar voltando às reuniões".
04/07/2022
"Tenho 46 anos, e sou um alcoólatra em recuperação. O álcool estava me tirando tudo: o respeito das pessoas, meu caráter, minha saúde, oportunidades de trabalho. Eu estava tão obcecado, que já começava o dia bebendo. Prometia pra minha familia que ia parar, mas não conseguia. Cheguei a dormir na rua. Quem me apresentou o AA foi minha ex-esposa, que já era da irmandade. E sou grato por ela ter feito isso, mesmo depois de eu ter prejudicado tanto ela. Hoje estou sóbrio, reformulando minha vida. quando eu sinto vontade de beber, lembro de tudo que passei, e de tudo que fiz os outros passarem, e ai vejo que não vale a pena dar o primeiro gole. Até porque um gole é muito e, depois de começar, mil não bastam".
07/07/2022
Eu estava perturbada pelo excesso de bebida. Ainda misturava com medicamentos; era insanidade. E como meu marido também é alcóolatra, nenhum dos dois fazia um real esforço para parar. Até que nossos filhos ficaram desesperados e nos fizeram ver a realidade, que tínhamos um problema e que era necessário tomar uma atitude. Fomos às primeiras reuniões em 2018. Eu consegui me firmar no programa um pouco antes. Meu marido teve mais dificuldades. Durante a pandemia, para piorar, ele ainda ficou desempregado. O que nos salvou foi as reuniões online. Mas agora já retornamos às presenciais também e estamos bem, de 24 em 24h.
06/07/2022
Para nós, alcoólatras, continuar bebendo só leva a 3 caminhos: clínica, cadeia ou cemitério. Por isso, de 24 em 24h, me sinto afortunado de estar caminhando pro outro lado, de vida e recuperação. Meu padrinho de AA uma vez me disse que, se eu continuasse voltando às reuniões e tendo a mente aberta pra escutar os companheiros, ia aprender a lidar com minha doença. E hoje digo o mesmo para os meus afilhados."
04/07/2022
"Cheguei na primeira reunião de AA imaginando que seria uma reunião deprimente, com gente triste e se lamentando da vida. Pra minha surpresa, ouvi muito mais depoimentos de superação, que me deram muita esperança. Depois de muitos dias tentando ficar sem a bebida, finalmente consegui após aquela reunião. Hoje, estou sórbia há 2 meses e 5 dias. A cada dia me sinto melhor. Tem dias que ainda sinto vontade de beber, mas minha madrinha tem razão quando diz que a vontade 'vem e passa'. Sou grata a todos que me acolheram naquela reunião".